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CAMPANHA DA FRATERNIDADE 1974

Reconstruir a Vida

O objetivo geral ainda não é expresso de uma forma técnica, iniciando com um verbo no infinitivo e expressando a finalidade e a metodologia, mas expressa ideias e conceitos. A Campanha de 1974, tanto o tema como o lema remetem para a realidade do outro, enfatizando os elementos marcantes dessa realidade e um caminho de superação através de um modelo de Igreja serva expressa como “modernos samaritanos”. O Concílio Vaticano II começa a influenciar a Campanha da Fraternidade não mais como uma necessidade institucional, mas a partir de um modelo de Igreja que passa a ser colocado em prática.

 

Carta de Sua Santidade o Papa Paulo VI

 

Caríssimos filhos e filhas:  

Sob o auspicioso tema “reconstruir a vida”, apresenta-se o Brasil católico para dar início a mais uma Campanha da Fraternidade, nesta Quaresma de 1974. Acedemos, com prazer, ao convite para nos afirmar espiritualmente presente aos veneráveis Irmãos Bispos e aos queridos Filhos brasileiros, a fim de encorajar e abençoar a nova fase da iniciativa, que, além do mais, vai comemorar o seu décimo aniversário.

Dez anos, de experiência feitos, são motivo, antes de tudo, para dar graças a Deus e congratular-nos, todos, em Cristo: a Campanha da Fraternidade parece ter lançado raízes fundas, que, ciclicamente, desabrocham em “privilegiado momento de unidade pastoral”, na obra comum da evangelização desse dileto País, e no promover gestos concretos de caridade.

“Eu vim para que tenham a vida e a tenham abundantemente” (Jo 10,10): é no prolongamento de Cristo, cada um com a própria condição eclesial de “enviado”, que todos os fiéis interpelados pela Campanha da Fraternidade deste ano vão responder, leal e corajosamente, à pergunta que lhe serve de reclamo — “onde está teu irmão?”. Tema sugestivo, sempre atual e de suma importância, este da vida integral e em plenitude, em nós e nos nossos semelhantes, como algo por que fomos responsabilizados ao nascer na família humana, que Deus quis fosse uma só, e ao renascer para a “vida nova” pelas águas lustrais do Batismo, na “Família de Deus”.

Vida em plenitude, natural e sobrenatural, destinada a todos e a cada um dos homens, desde o “marginal” e pobre envergonhado, até o meu par e o meu superior, passando pelo nascituro, pelo doente ou diminuído físico e psíquico, pelo faminto do pão imaterial e espiritual, pela vítima de injustiças ou violências etc. Por todos eu sou responsável (cf. Mt 25,34-46), em alguma medida, pois por desígnio divino todos são meus irmãos, e em todos eles Cristo me faz um apelo — a sua vida também depende de mim.

Oxalá que no querido Brasil, jovem e imenso, esta Campanha da Fraternidade leve todos e cada um dos seus filhos a ver e a iluminar com a luz da fé “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável” (Fl 4,8), para, animados pela esperança, serem autênticos “reconstrutores de vida” a todos os níveis; de uma vida plena que há de ser compartilhada abundantemente, em amor, como irmãos, sob o olhar complacente do Pai que está nos céus:

com a Nossa Bênção Apostólica.

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