CAMPANHA DA FRATERNIDADE 1980
Fraternidade no Mundo das Migrações
![CAMPANHA DA FRATERNIDADE 1980](https://campanhas.cnbb.org.br/wp-content/uploads/2015/02/1980.jpg)
O objetivo geral:
“A intensificação da mobilidade humana em geral e mais particularmente das migrações internas, a existência de imigrantes e mesmo a emigração de brasileiros propõem à Igreja, como primeira atitude, uma mudança de mentalidade em vários níveis:
- consciência mais viva de sua peregrinação na Fé para a Jerusalém Celeste (Hb 13,14) com as suas consequências de desapego e de disponibilidade;
- consciência mais viva de sua “catolicidade”, isto é, da universalidade radical que o Evangelho lhe confere: já não há estrangeiro ou hóspede, nem discriminação de espécie alguma, sob pena de mortificar a própria noção de Igreja e esvaziar o conceito cristão de fraternidade;
- um despertar de sua dimensão missionária que é a essência da “missão” que o Senhor lhe confiou (Mt 28,19-20);
- uma adaptação das estruturas eclesiais e de sua ação pastoral e social, a fim de que seu serviço seja testemunho e profecia da verdadeira libertação e promoção do homem”.
A Campanha mostrou o vínculo entre a Eucaristia e a vivência da caridade. Como podemos ler o Papa João Paulo II destacou esse ligame necessário. A população migrante no ano de 1980 era estimada em 40 milhões de habitantes, segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desta forma, um em cada brasileiro, em média, estava na condição de migrante.
Carta de Sua Santidade o Papa João Paulo II
Caríssimos Irmãos e Irmãs do Brasil:
Saúdo-vos cordialmente, em Cristo Senhor, ao abrir-se mais uma Campanha da Fraternidade no vosso país. Subordinada ao tema das Migrações, inspira-a o lema-interpelação “para onde vais”, subentendida a dolorosa resposta, que é um grito de alma: “não ternos vagas”.
Vem-me à mente o episódio evangélico do homem paralítico, junto a uma piscina, em Jerusalém: Jesus passou e, vendo-o, lhe perguntou se queria ser curado; e ele respondeu: “não tenho ninguém”, quer dizer, não tenho um “homem” que me ajude. E Cristo ajudou-o, curando-o.
Converter-se é buscar a atitude de encontro com Deus e de encontro dos corações, no amor, com o próximo, a determinar a partilha dos bens com os menos favorecidos das nossas sociedades, com aqueles que, por diversos motivos, não podem continuar a viver na sua terra, e têm de partir, muitas vezes sem saber para onde.
Bem se andou, depois, ao estabelecer a relação entre a desejada fraternidade no mundo das migrações e a Santíssima Eucaristia, na perspectiva do Décimo Congresso Eucarístico Nacional do Brasil. A Eucaristia, de fato, enquanto “sacramento de piedade, sinal de unidade e vínculo de caridade”, é o centro propulsor do espírito comunitário cristão, que determinará as várias obras de amor fraterno, auxílio mútuo, testemunho cristão e atividade evangelizadora.1980